8 petróleo e gás natural, é necessário saber explorar esses recursos, sempre buscando por energias alternativas renováveis, utilizando os preceitos da geologia ambiental. A geologia é fascinante e também complexa. É fundamental que você esteja sempre atento e busque complementar o conteúdo estudado e fortaleça o seu conhecimento lendo os textos complementares sugeridos e dedique-se ao máximo na leitura do livro didático, pois ele o ajudará a aperfeiçoar sua capacidade investigativa. A partir do momento que você começar a conhecer essa fascinante ciência, terá vontade de saber cada vez mais, por isso, embarque nesta aventura geológica!
73 intempéricos. O intemperismo é o nome dado a um conjunto de modificações, tanto físicas quanto químicas, que as rochas sofrem ao aflorarem na superfície terrestre causando o enfraquecimento delas. Portanto, há basicamente dois tipos fundamentais de intemperismo: i) intemperismo físico e ii) intemperismo químico. O intemperismo físico engloba alguns processos que causam a separação dos minerais, que antes estavam coesos, transformando a rocha em um material friável, ou seja, enfraquecido. Dentre os tipos de intemperismo físico, destacamos: i) variação diária e sazonal da temperatura, a qual causa expansão e contração térmica das rochas, causando o seu enfraquecimento; ii) alívio de pressão, causado pela exumação de massas rochosas mais profundas (alta pressão atuante) para porções mais rasas da crosta (baixa pressão atuante) gerando uma série de fraturas; e iii) penetração de raízes, que forçam sua passagem pelas fraturas das rochas em busca de nutrientes, expandindo as aberturas já existentes. O intemperismo químico, por sua vez, compreende uma série de reações químicas que os minerais sofrem, principalmente, devido à percolação de água. Aqui destacaremos duas reações: i) dissolução é quando ocorre a solubilização dos minerais, que são separados em íons e dissolvidos na água, fenômeno muito comum nas rochas carbonáticas, visto que elas são instáveis às águas ácidas; e ii) hidrólise, é uma reação que acontece quando a água enriquece-se com CO 2 dissolvido para formar o ácido carbônico, tornando a água ácida, quebrando a estrutura do mineral e liberando elementos que se recombinam para formar os argilominerais (como a caulinita). Pesquise mais Para conhecer outros tipos de intemperismo que afetam as rochas e os solos da superfície da Terra, sugerimos a leitura do Capítulo 6 do livro de Wicander & Monroe, denominado Intemperismo, Erosão e Solo, p. 123, disponível em sua biblioteca virtual, no portal Cengage Learning. WICANDER, R.; MONROE, J. S. Fundamentos de geologia. Tradução H. O. Avritcher; revisão técnica M. A. Carneiro. Cengage Learning. Edições, São Paulo, p. U2 - Petrologia 71
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74 Existe um dicionário de termos geológicos on-line feito pelo serviço geológico do Brasil ( Você pode utilizar ele no decorrer dos estudos desse livro! Uma vez enfraquecida, a rocha fica suscetível à mobilização, pois seus fragmentos, agora menores, sofrem erosão. É pela ação da água, do vento, do gelo e das ondas que os grãos gerados durante o intemperismo são remobilizados de seu local de origem e transportados para outros locais. Essa etapa, conhecida na geologia sedimentar como transporte, envolve o carregamento das partículas por maiores distâncias. Se analisarmos o sedimento grão a grão, percebemos alguns tipos particulares de deslocamento dos sedimentos: i) os sedimentos finos (como argilas e silte) são sustentados pelo fluido que o carrega, fluindo em suspensão; ii) os sedimentos mais grosseiros (como areia e cascalho) deslocam-se por outros processos como saltação, arrasto e rolamento (Figura 2.5a). A partir do momento que essas partículas sofrem uma diminuição na sua velocidade, elas começam o processo de deposição, que ocorre a diferentes taxas, dependendo do diâmetro e peso do sedimento. Partículas grandes e pesadas (cascalhos) são as primeiras a sedimentarem, na sequência ocorre a deposição dos sedimentos com tamanho médio e peso intermediário (areia) e, por último, os sedimentos pequenos e leves (silte e argila), que são mobilizados por longas distâncias, mesmo que o fluido que os transporte tenha perdido quase que totalmente seu vigor. O gráfico da Figura 2.5b ilustra a relação entre o diâmetro das partículas e a velocidade do agente de transporte, nesse caso a água. Figura 2.5 Mecanismos de transporte grão a grão (A) e gráfico da relação transporte x deposição(b) (A) Fonte: elaborada pelo autor. 72 U2 - Petrologia
98 Agora você também já sabe que as rochas metamórficas são classificadas quanto ao grau, fácies e zona metamórfica, de acordo com a temperatura, pressão e paragênese mineral presentes. Sendo assim, as rochas mais próximas ao corpo intrusivo (pedreira), tendem a ser de grau mais alto (alta T), apresentarem foliação melhor desenvolvida devido ao crescimento dos minerais serem favorecidos nessas condições, além da paragênese mineral zona da biotita/estaurolita, por isso a cor escura e o brilho sedoso e a presença de cristais de estaurolita no segundo ponto do perfil. Quanto mais longe da fonte de calor, mais baixo o grau metamórfico e estruturação da rocha metamorfizada, por isso é seguro dizer que a rocha avermelhada do ponto mais distante da pedreira encontra-se na transição do filito para o xisto, uma rocha de baixo grau metamorfizada em condições da fácies xisto verde. Avançando na prática Os enigmas das rochas metamórficas Descrição da situação-problema Imagine agora que depois de terminar a graduação, você resolveu se especializar em geologia e recursos naturais e, visando isso, buscou por possíveis programas de pós-graduação que lhe oferecessem a qualificação desejada. Feito isso, você se inscreveu no processo seletivo, enviou os documentos, participou de uma entrevista, mas, para ser finalmente aceito, você teria que realizar uma prova de conhecimento específico de geologia. Por isso, para não desperdiçar a oportunidade de realizar uma especialização numa área do conhecimento que você tanto deseja, você precisa estudar. Com os livros em mãos, você decidiu elaborar uma série de esquemas e resumos que lhe auxiliam no processo de aprendizagem. Nesse momento, você estava estudando sobre o processo de metamorfismo e as rochas metamórficas, mas algumas dúvidas começaram a surgir: Quais são os fatores condicionantes mais importantes para a transformação das rochas? Quais são os tipos de metamorfismo que existem? O que é grau metamórfico e quais os seus exemplos? 96 U2 - Petrologia
106 um ângulo de aproximadamente 30. Na sexta parada observou que a rocha agora se tratava de um calcário que, assim como o arenito, é uma rocha sedimentar e que estes não se encontravam perturbados pela falha. Por fim, no sétimo ponto, deparou-se com uma rocha ígnea vulcânica de cor escura. Na sala de aula, você ofereceu uma informação importante, a de que a rocha ígnea se tratava de um dique de diabásio, e que este cruzava todas as litologias percorridas por seus alunos. Ao final desse mapeamento seus alunos serão capazes de reconstruir a evolução geológica dessa área e responder: quais foram as primeiras rochas da simulação a se formarem? E as últimas? Por que o xisto e a ardósia se repetiram? Qual a ordem de acontecimento desses eventos? Monte esse quebra-cabeça com eles por intermédio da resolução dessas questões! Você deverá saber e apresentar aos seus alunos alguns conceitos básicos de estratigrafia, como o princípio da sobreposição de camadas e relações de corte apresentados ao longo do livro, por isso, comece agora a estudálo para juntar as peças desse quebra-cabeça e divirta-se! Não pode faltar Na unidade anterior, você estudou sobre os três tipos de rochas que existem na Terra, mas talvez não tenha se dado conta de que, para que atualmente elas coexistam em nosso planeta, há um certo intervalo de tempo implícito nessa história geológica. Por exemplo, uma rocha sedimentar jamais poderia ter sido a primeira rocha a ser formada, afinal, sua gênese está relacionada ao processo de alteração intempérica de uma rocha preexistente. O mesmo é válido para as rochas metamórficas que são oriundas da modificação de uma rocha-mãe, o protólito. Portanto, em geologia, o estudo do tempo é fundamental. Se analisarmos do ponto de vista científico, podemos estimar a idade da Terra de duas formas: absoluta e relativamente. O primeiro, utiliza-se de isótopos (principalmente radioativos) para calcular a 104 U3 - Geologia aplicada
121 Seção 3.2 Paleontologia Diálogo aberto Caro aluno, nesta unidade passaremos a estudar os principais assuntos que norteiam os fundamentos de paleontologia, ou seja, aprenderemos mais sobre os fósseis e sua importância na compreensão dos princípios básicos da geologia e paleontologia fundamentados em uma visão sistêmica e evolutiva. Você saberá o que são fósseis, quais seus tipos e como eles se formam e ficam preservados. Também aprenderá como eles são utilizados para auxiliar na compreensão da evolução da vida e do tempo geológico e de que forma são utilizados para delimitar ambientes geológicos pretéritos, contribuindo na reconstrução paleobiogeográfica e paleoecológica. Para fortalecer esses conceitos imagine-se agora você como professor da disciplina de paleontologia de uma conceituada universidade do seu estado, referência em pesquisa na área do Cenozoico. Recentemente na Ilha de Marajó, estado do Pará, uma assembleia de fósseis da fauna Neógena Tropical Sul-Americana, da Formação Pirabás, foi encontrada, o que acabou por interromper a construção de um Eco Resort no local. Como um estudioso da área de paleontologia, você foi chamado pelos líderes da ilha para avaliar e ensinar à comunidade local a importância dessa descoberta. Durante esse dia de conversas e palestras na ilha, muitas dúvidas surgiram entre os membros da comunidade, como: o que é um fóssil? Por que essas descobertas são consideradas fósseis? Qual a principal diferença entre fóssil e animais vivos? Todo animal morto pode ser considerado um fóssil? Por que é tão importante preservá-los? Como professor e estudioso na área, você deve responder às perguntas da comunidade. Como você as responderia? Para isso, leia o Não pode faltar e encontre as respostas, boa leitura! U3 - Geologia aplicada 119 2ff7e9595c
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